Em nome do Instituto Gregoriano de Lisboa venho divulgar o seguinte concerto com entrada livre:

SÉ PATRIARCAL DE LISBOA
Organização do Instituto Gregoriano de Lisboa

CONCERTO DE ÓRGÃO

Sexta, 18 de Março de 2005, 21h30

OS MESTRES DE JOHANN SEBASTIAN BACH
(G. Böhm e D. Buxtehude)

João VAZ, órgão

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GEORG BÖHM (1661-1733)

Prelúdio, fuga e postlúdio em sol menor

Partita sobre Jesu du bist allzu schöne

Prelúdio de coral Vater unser im Himmelreich

Prelúdio de coral Christ lag in Todesbanden

Prelúdio e fuga em Dó maior


DIETRICH BUXTEHUDE (1637-1707)

Te Deum laudamus BuxWV 218

Prelúdio de coral Jesus Christus, unser Heiland, BuxWV 198

Chaconne em mi menor, BuxWV 160

Prelúdio, fuga e chaconne em Dó Maior, BuxWV 137


Natural de Lisboa, João Vaz efectuou os seus estudos musicais no Instituto Gregoriano da mesma cidade (Departamento de Estudos Superiores Gregorianos da Escola Superior de Música de Lisboa), onde terminou, com elevada classificação, o curso superior de Órgão, sob a orientação de Antoine Sibertin-Blanc. Paralelamente, frequentou cursos de aperfeiçoamento com Édouard Souberbielle e Joaquim Simões da Hora. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou em Saragoça com José Luis González Uriol, realizando, com a classificação máxima, o exame final do curso superior de Órgão no Real Conservatório Superior daquela cidade. Em 1988, alcançou o 1º prémio nacional do Concurso da Juventude Musical Portuguesa (classe de Órgão Superior). Tem actuado como organista, quer a solo quer em colaboração com diversos solistas ou agrupamentos, nomeadamente com a Orquestra Gulbenkian. Para além de Portugal, a sua actividade tem-se desenvolvido em Espanha, França, Irlanda, Holanda, Áustria e outros países europeus, nos quais se apresentou, na qualidade de concertista ou de docente, no âmbito de festivais internacionais ou de cursos de interpretação. Conta com diversas gravações discográficas em órgãos históricos portugueses, salientando-se as efectuadas nos órgãos históricos dos Açores e da Igreja de São Vicente de Fora. Actualmente, é professor de Órgão no Instituto Gregoriano de Lisboa, assistente convidado da Universidade de Évora e consultor permanente para o restauro do conjunto dos seis órgãos da Basílica de Mafra. Organista da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, desde 1986, João Vaz foi nomeado, em 1997, titular do órgão histórico da Igreja de São Vicente de Fora.

Se o IGL não tivesse anunciado este recital, eu teria pena de o ter perdido. Assim, consegui deslocar-me até à Sé, e ouvir um dos nossos melhores organistas. Fiquei satisfeita por verificar que ele se mantém o mestre que aprendeu a ser com os grandes mestres que teve: o saudoso Joaquim Simões da Hora e Antoine Sibertin Blanc, felizmente ainda vivo.

Este último, tão injustamente desprezado pelo povo a cuja cultura se entregou, por amor do órgão português, a antecessora da A2 habituou-me a ouvi-lo tocar, desde a década de 1960.
Mas as melhores recordações que tenho dele são as de, ao passar, na juventude, pela igreja de S. Vicente, escutar o som do órgão e entrar. Deixava-me ficar ali, esquecida de tudo, a ouvir aquele francês, também ainda jovem, cuja beleza loura brilhava ao fazer soar divinamente o velho monstro dourado, igualmente belo.
Hoje, é com enorme saudade, e ânsia de saborear, até à ultima gota, a arte que o Professor Sibertin-Blanc generosamente nos oferece, que vou sempre assistir aos seus recitais ... desde que deles tenha conhecimento, e também aos dos seus melhores discípulos.